Sorte eu não desejo, pois isto é para incompetentes.
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro.
Ame seu ofício com todo coração. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha.
Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida, foi antes construído na alma.
A propósito, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:
– Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo.
Ela respondeu:
– Eu também não, filho.
Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna que pensar em fortuna.
Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal, é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo.
O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homens. Roubam, mas vivem umas vidas dignas de Odorico Paraguaçu, que era ficção, mas hoje é realidade nas pessoas de Estevãos, Lalaus…
Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia, não que eu tenha lido lá, apenas sei que veio de lá:
Seja quente, ou seja frio, não seja morno que te vomito.
É preferível erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio.
Porque já vi grandes livros e filmes sobre tristeza, tragédia, fracasso.
Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.
Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução.
Que é mais do que sexo e dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.
Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, expectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: Eu não disse! Eu sabia!
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.
Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.
Eu digo: Trabalhe, trabalhe. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso.
Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio e constrói prodígios. O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem de tudo, tem muito a aprender com aqueles “trouxas” dos japoneses que trabalham de sol a sol e construíram em menos de 50 anos a 2ª maior potência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Afinal, o problema do Brasil não são os desempregados, mas os “inimpregáveis”.
Trabalhe! Muitos dos seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas coisas, mas o tempo, que é o mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer essas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.
Adorei, muito bom!